sexta-feira, 30 de julho de 2010

Nostalgia


Andei digitalizando algumas fotos antigas que vieram lá da vó.
Olhar fotos que fazem parte da sua história, é algo que desperta um sentimento muito peculiar. Se formos fazer a simples distinção entre sentimento bom e ruim, não sei qual escolho. Acho que a sensação é boa, mas com um finalzinho ruim. Talvez seja o mesmo que uma barra de chocolate meio-amargo. Agente come toda hora e acha saboroso, mas no final fica aquele gostinho amargo, este que o difere dos outros chocolates.

Após ver várias fotos analógicas, notei que elas possuem valor muitíssimo maior que as digitais. Estas segundas parecem remeter um passado não tão saudoso.
Será que eu era mais feliz quando criança? Será que todo mundo senti isso? Será que a culpa é das câmeras digitais, que nos possibilitam tirar muitas fotos? Não sei.

Para no futuro poder apreciar o doce amargo das fotografias, você deve fazer história hoje. Tenha consigo um apetrecho desses que registra o momento, pois nossa memória as vezes perde alguns arquivos.




Leonardo Guedes Duarte

sábado, 24 de julho de 2010

Ainda há flores


Eu estava vendo televisão e me apavorei, não agora, mas a tempos já. Como as noticias são todas ruins! Só desastres, assassinatos, catástrofes naturais ...
O cara fica apavorado, fica até se questionando se 2012, sabe né?
Mas nem tudo está perdido, acho que as BOAS noticias apenas ficam ofuscadas pelas RUÍNS.
Quando me deparar com alguma BOA noticia, colocarei aqui.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A nossa prisão


Há alguns anos, nós tínhamos aqui em casa uma calopsita(presente de um vizinho). Era bem simpática por sinal. Ela colocava a cabecinha no buraco da comida para ser acariciada.
Muito discutimos aqui em casa, o fato da ave ficar na gaiola, ficávamos com aquele sentimento ruim de ver o animal preso, sem liberdade. Enfim, decidimos abrir a gaiola para ver se a calopsita saia. O resultado não foi o esperado, nós abrimos a portinha e saímos de perto para ver. Ela se afastou da saída e ficou super estressada, ofegante. Tinha medo. Só sossegou quando fechamos a gaiola.
A vida do bichinho podia ser bem limitada. Mas era o que ela estava acostumada. E como nós tinha medo do desconhecido.
É bem mais fácil se trancar na gaiola e "ficar protegido". Mas por quanto tempo o mundinho da gaiola será suficiente?
E o pior, os pássaros voam, tem asas. Mas nem isso venceu o medo de sair da sua prisão.



Leonardo Guedes Duarte

domingo, 18 de julho de 2010

Prazeres


Estava pensando no ser humano, no que nós buscamos nessa vida. Cheguei a conclusão que somos viciados em prazer. Em todos suas formas e tipos.
Queremos estar sempre sentindo prazer. E para alcança-lo fazemos sexo, usamos drogas, bebemos álcool, o importante é sentir-se "alto", flutuando. Conseguir aquele tão sonhado aumento salarial também é prazeiroso. Comer aquela torta que só sua avó sabe fazer. Ouvir um "eu te amo". Deixar de sentir dor. O prazer pode ser qualquer coisa, como diz o wikipedia aqui

Devo confessar que um dos meus maiores prazeres é a lucidez. Porque eu gosto de estar lúcido neste banquete de prazeres que são as nossas vidas . O buffet dos prazeres é por kilo, o preço varia de acordo com o que você se serviu. Por isso não sirva mais do que pode pagar.


Leonardo Guedes Duarte

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Marcas


Tive um professor, não me lembro em que série, que dizia adorar ler livros usados. Livros com "orelhas", com manchas e com anotações dos antigos leitores. Ele afirmava gostar pois, podia imaginar os pensamentos dos leitores que o antecederam. Seguindo esta lógica pensei em outras coisas da vida.
Todo mundo sabe que a calça de brim o quanto mais surrada melhor. Parece que ela se molda ao nosso corpo. Aquela calça desbotada e desfiada. Nada como olhar para uma calça antiga e recordar onde esteve. Ahh! usei essa naquele dia, bah...
Se você olhar agora para seu quarto, sala ou onde estiveres. E está bagunçado ai, é sinal que há vida. É mais ou menos assim: uma casa toda arrumada, é uma simples e fria construção. Uma casa com jaqueta jogada no sofá, tv ligada, mate já lavado na mesa, é um lar.
O mesmo acontece com as cicatrizes e rugas. Marcas que denunciam o que a pessoa viveu, sentiu. Sempre fui contra as plásticas. Elas camuflam as alegrias e dores que ficam marcados através do sorriso e do "franzir a testa".

A pia está entulhada de louça suja? Mas a barriga está cheia né?
A pia está brilhando, o bombril bem sequinho. E a barriga? Roncando


Leonardo Guedes Duarte