terça-feira, 9 de novembro de 2010

O suicida


Homem;
53 anos;
Caucasiano, calvo e com barriguinha de chope;
Casamento indo de mal a pior;
Emprego de cobrador de ônibus.

Em mais uma mera manhã de domingo, ele acorda mais tarde como de costume. Do seu lado a esposa ainda dorme. Ele excitado, faz caricias nas pernas da adormecida. Sem nem se mexer ela diz: - Ain! pára to com dor de cabeça. Frustrado, ele faz as contas e "tcharam" vamos completar 5 semanas sem sexo.
Novamente como em todos domingos, o almoço é na casa da sogra. Lá se juntam todos os familiares da mulher. Durante a refeição assistem ao jornal na televisão. Eis que descobrem que a empresa de transportes que o sujeito trabalha, decretou falência. Apavorado, o pobre homem procura a esposa em busca de consolo. Mas cadê ela que não está na mesa? Aliás, o primo dela também não. Não é preciso dizer mais nada, eles estão transando na garagem. E é lá que o agora desempregado os descobre.
A traição da mulher foi a gota d`água. Totalmente em choque, o dito pensa logo no suicídio. Correndo como o do diabo da cruz, ele dirige até o prédio mais alto da metrópole. Lá sua morte faria.
Apenas no topo do prédio ele "oxigena" o cérebro. Caminha lentamente até a beirada, com o sentimento de: - Viu?! Vou me matar! Olhem pra mim! Estão vendo?
No limite entre a vida e a morte. Ele grita o mais alto que consegue: - Ahhhhh!
E nada acontece. Passam 3 minutos, 5, 10. E nada, ninguém aparece ou liga.
E agora? Ele pensa. Me mato?




Leonardo Guedes Duarte

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